Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Quando saí de tua casa após teres falecido senti...  Nao quero trocar uma vida nova pela tua...  Nao ter equilibrio na minha vida...  Não quero coisas más...  Nao quero ter que te perder para poder ter uma filha... Queria ser egoista e ter-vos aos dois na minha vida até eu ter 90... É injusto pensar isso, é injusto que, para sentir a alegria que sinto cada vez que a minha filha me sorri, tenha que sentir a dor de saber que nao viste nenhum dos seus sorrisos...
Mensagens recentes
Não era um dia em especial, não fazias anos ou sequer era uma data comemorativa... liguei te simplesmente por hábito (ainda o faço semi regularmente), a mecânica e a memória de te ligar são difíceis de perder e quer as mãos quer a mente gostam de falhar mesmo sabendo. Mas o estranho nem foi o ligar, o estranho é que atendeste...!? Espera mas... (!?) como é possível teres atendido!? Estarias bem!? Estarias vivo!? Por uns centésimos de segundo perdi as forças, por um espaço no tempo fugiu me o chão e memória pregava me partidas a achar que aquela voz do outro lado parecia mesmo a tua... Olho repetidamente para o telemóvel, vejo a tua cara e ainda quero que sejas tu pedindo para repetir só para te ouvir outra vez.... Mas não... foi apenas uma taquicardia dolorosa na certeza absoluta que tinha sido o fim. Obviamente não eras tu, não consegui ter uma linha direta para onde estás... Apenas deram o teu numero a um estranho... Eu ontem liguei te... mas gostava muito mais que tivesses sido tu a

Let's smile some more...

Durante toda a minha vida, sempre reparei no sorriso das pessoas (ou na falta dele em muitos casos) e a soturnidade das pessoas sempre me custou, sempre me custou sentir que as pessoas não tinham razões ou vontade de sorrir. Não fosse pela minha timidez, interpelaria todo um mundo que não sorri e diria algo parvo só para lhes provocar um sorriso por muito momentâneo que fosse. Com todo o sentimento e honestidade digo a todos que me sinto um total felizardo e por muito que agradeça pela vida que tenho nunca será suficiente, até porque, na minha vida, as razões ou situações que me custaram o sorriso foram muito menores do que as que me fizeram sorrir. E sim, custa-me imenso quando não tenho um sorriso para dar, custa-me não andar com um sorriso rápido, disponível...  no entanto custa-me infinitamente mais não sentir o sorriso das pessoas que me são queridas... ás vezes, até de algumas que não me são queridas 🤦.  Isto também explica a razão pela qual eu digo tantas parvoíces da boca para

Equilíbrio

A dicotomia da luta por equilíbrio na minha vida sempre foi algo que desde cedo me intrigou, não se equivoquem, eu sempre almejei ser capaz desse equilíbrio, tentar ser/ter/estar, num estado de total harmonia onde eu seria dono e senhor de toda a minha psique, com controlo total de toda a minha razão e coração. Ser capaz de atingir e ficar em nirvana, num bem estar total connosco próprios e com o que nos rodeia, um pêndulo de balança perfeitamente vertical, equilibrado, sem ser puxado para um lado ou para o outro. Pffftttt... estou tão longe disso... e apesar do meu síndrome agudo de Peter Pan, com o seu otimismo inveterado carregado de uma imensa ingenuidade, gerir muitos aspetos da minha vida,  eu sei (hoje), que é uma luta infrutífera.  Essa busca pela verticalidade do pendulo, por um estado de acalmia e felicidade constante, apesar legitima e provavelmente saudável, será sempre um equilíbrio impossível de manter por mais de dois eternos segundos. Eu achava que outro problema seria

Still hurts...

 Faz hoje um ano, apesar de sentir que foi ontem que sentimos esse aperto incrível no peito, essa dor que para ti foi fatal e para mim perdura em saudades...  Sinto que, por muito tempo que passe, parece que foi ontem, ontem que corri para ti, que voei para tentar fazer algo, mudar algo, que desesperadamente massajei o teu peito na esperança que algo mudasse, que soprei ar para tua boca numa tentativa ingénua que de alguma forma, pudesse sair vida de mim por ti, para ti... na esperança que aquele momento não fosse a última vez, que não fosse o teu fim. Nessa manhã a chorar quando finalmente me afastei do teu corpo inanimado não conseguia que um pensamento me saísse do cérebro, que porque muito que eu quisesse a minha própria família, eu não queria que fosse uma troca, não queria que fosse vida por uma vida... Não é possível ter tudo? Porquê que não é possível tu ficares até aos teus 115 anos e veres os teus bisnetos?... Mas o que eu não sabia à um ano atrás, é que não foi, eu continuo

Obrigado...

 Obrigado, Obrigado por nos teres mostrado o que é ser Homem. Por nos teres mostrado como se cuida da nossa família e por me teres mostrado como é sacrificar e fazer tudo por ela. Por me teres mostrado que um amigo dá sempre tudo, sempre sem esperar nada em troca. Por me teres mostrado a nunca me arrepender do bem que faço. Por me teres mostrado que quem não é para comer, não é para trabalhar. Por me teres mostrado que um desafio se enfrenta a sorrir. Por me teres mostrado que a única alternativa a um desafio é vencê-lo. Por me teres mostrado que nunca, mas mesmo nunca, se desiste. Obrigado por todos os sacrifícios que fizeste por mim, Obrigado por me ensinares o que é ser César, Obrigado por teres sido melhor pai do que alguma vez eu poderia escolher, Desta vez o teu corpo fintou te e não te deu um desafio para venceres, nem te deixou sequer tentar... porque eu tenho a certeza se ele te tivesse dado a mínima hipótese tu vencerias. Vou sempre tentar ser para o mundo o que tu me mostras

A tempestade

A noite está escura como breu, olho para fora do carro e sorrio sem vontade, a natureza está a concordar com o meu estado de espírito. De máximos ligados continuo, louco, estrada fora fugindo por entre aquelas árvores, ignorando o perigo, apenas focado em fugir de ti, em fugir das tuas palavras que sinto marcadas a fogo no meu cérebro. A chuva bate freneticamente no meu para-brisas, os kilometros passam por mim como segundos, não consigo abrandar, nem acho que quero. A estrada é um torna-se um simples borrão, que vai passando atrás da repetição da tua imagem a ir-se embora. Estaciono, saio do carro para não ouvir a tua musica novamente. Um arrepio intenso faz-me apertar o casaco e saio a passos largos, enquanto o frio e a chuva esforçam-se por me enregelar os ossos, o espírito, esse, já à muito está enregelado. Esfrego os olhos tentando eliminar o cansaço da viagem nocturna. De olhar vazio, avanço mecanicamente pela rua, lutando contra os elementos, lutando contra a tua imagem.