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Equilíbrio

A dicotomia da luta por equilíbrio na minha vida sempre foi algo que desde cedo me intrigou, não se equivoquem, eu sempre almejei ser capaz desse equilíbrio, tentar ser/ter/estar, num estado de total harmonia onde eu seria dono e senhor de toda a minha psique, com controlo total de toda a minha razão e coração. Ser capaz de atingir e ficar em nirvana, num bem estar total connosco próprios e com o que nos rodeia, um pêndulo de balança perfeitamente vertical, equilibrado, sem ser puxado para um lado ou para o outro.

Pffftttt... estou tão longe disso... e apesar do meu síndrome agudo de Peter Pan, com o seu otimismo inveterado carregado de uma imensa ingenuidade, gerir muitos aspetos da minha vida,  eu sei (hoje), que é uma luta infrutífera. 

Essa busca pela verticalidade do pendulo, por um estado de acalmia e felicidade constante, apesar legitima e provavelmente saudável, será sempre um equilíbrio impossível de manter por mais de dois eternos segundos.

Eu achava que outro problema seria também, em grande parte motivado pela a outra face da minha moeda, pois sempre que sopra o vento norte, eu perco o foco, desvio a atenção e dou por mim a querer correr para longe da monotonia, a querer escapar a claustrofobia, a falta de ar.

Mas será esse o problema(?) será esse o caminho(?), um teste constante à nossa resiliência um forçar constante em manter o foco, em manter manter o barco na rota certa contra as intempéries da vida(?), onde tudo é fácil em dias em que o oceano está calmo e podemos velejar com vento e maré de popa, mas somos obrigados a passar também por dias de tempestades e naufrágios? 

É mesmo difícil, este ultimo ano tenho vivido tempos de felicidade pura e tempos de naufrágios titânicos e após cada naufrágio, fico sempre a olhar para os destroços com uma sensação tal de impotência, com uma sensação de perda tal, sem noção do que poderia/deveria ter conseguido fazer mais...

...e queria tanto ter feito mais...

Eu sei que não tenho barco suficiente para lutar contra muitas destas tempestades, mas tenho resiliência, resta-me enfrenta-las com o meu bote, uma após uma...

...e se naufragar... 

...bem resta-me apanhar as peças, reconstruir o bote e seguir viagem.

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