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Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2007

Prelúdio de um livro

Sinto-me torpe, tento que os meus membros abandonem a sua teimosia e me obedeçam uma vez mais, lentamente recomeço a sentir o fluxo de sangue percorrendo as minhas veias, tento que os receptores dos meus neurónios comecem de novo a funcionar, preciso de uma solução, um caminho... preciso de saber o que se está a passar comigo… tento com todos os sentidos perceber naquela penumbra onde me encontro, onde estou, que ano é este, sinto-me diferente… acho que aconteceu de novo … voltei a ser apanhado… A maldição atacou...

No 52...já ninguém mora !

Chego ao inicio da rua, aquele passeio familiar cumprimenta-me, convida-me passar por ali uma vez mais... mas para quê... A chuva, o vento, todo o universo parecia conspirar... sinto-me quase empurrado, quase obrigado a avançar... mas eu sabia. Pesadamente avanço rua fora, os números das portas passam diante de mim. Num momento de insanidade um pensamento desperta-me os sentidos... "Estarias lá?" ... seria possivel que ainda me quisesses, seria possivel que tivesses esperado por mim...? Abanando a cabeça freneticamente tento que a realidade volte a prevalecer, esse pensamento esperançoso deveria cessar, deveria dissipar-se como nevoeiro em dia de sol, mas ele lá ficou inerte, persistente, envolvente... Avisto o 50... tremo... por te sentir perto... por pensar que podes lá estar... não adianta, a esperança que sinto leva-me a avançar para ti, vou sofrer se não estiveres... muito mais do que sofri quando me disseste que ias embora... O 52 finalmente aparece, diante de mim, a es

Duvida...?

Duvida é uma ferrugem que nos prende, que nos faz ranger, que não nos deixa ser livres Torna-se impressionante como nos deixamos subjugar, como nos impedimos de ser felizes, porque duvidamos que ela(e) sinta o mesmo, porque duvidamos de nós, duvidamos do futuro, mas acima de tudo porque duvidamos do desconhecido, temos pavor da duvida, da incerteza... sim porque não somos infelizes na certeza... A duvida mata, destrói, aniquila qualquer vontade de melhorar qualquer esperança ou sentimento nobre. Hoje não importa quem somos, o que fazemos, de onde vimos ou para onde nos deslocamos, simplesmente importa se temos a coragem de apesar de todas as duvidas arriscar uma escolha, sofrer, chorar, amar... qualquer uma, desde que não fiquemos naquela apatia quase morbida da não escolha... Escolho viver.