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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2006

Fica aqui... comigo...

No canto, no escuro, comigo, onde ninguém nos vê, onde só eu te posso sentir, onde só eu te posso amar... Fica aqui... não vás, não fujas... deixa-me sentir-te, deixa-me sentir as tuas células debaixo dos meus labios... deixa-te ficar na segurança dos meus braços, junto ao calor do meu corpo... e do meu coração. Fica aqui... Eu sou teu, faz o que quiseres, mas não vas... fica comigo... fica... por favor... ...aqui... comigo.

O beijo...

Observo-te, caminhando lentamente em minha direcção, prevendo o que me espera, sorrio. O meu corpo já reaje à tua presença, o meu cérebro já imagina os teus lábios húmidos a tocar nos meus, os pêlos do meu pescoço acordam, perguntando quem se aproxima, ainda não te sinto, apenas a tua respiração e já um frio percorre todo o meu corpo obrigando o meu coração a bater mais forte para compensar o arrepio sentido, o cerebro pára, nada faz sentido, só o coração bate, só o oiço, só o seu bater frenético... O teu calor aproxima-se, já me aquece, já me deixa tonto... o teu perfume exalta nas minhas narinas, espero, anseio, desespero pelo momento de te sentir... de sentir os teus lábios, perco a razão, é incrivel esta loucura em que me deixas... nada racional persiste nesse momento... Finalmente sinto-te, o calor aumenta, o coração já nao consegue abrandar, a minha boca deixa-se levar pelo teu sabor, pelo teu beijo, nada mais importa, só o teu sentir, o teu tocar... só esses labios importam, só

Tristeza...

Todos os dias te vejo passar, impressionas-me com os teus olhos, tristes e longinquos, com esse peso aparente que arrastas sozinha pelas ruas... Não te conheço... é certo, como também é certo não me conheceres, mas estás triste... sabemos isso, sabemos que não consegues ter a felicidade que tanto mereces e ambicionas... Sim já sei, eu continuo sem te conhecer, não tenho que me meter na tua infelicidade... mas não consigo conformar-me, a tua beleza merece outro olhar, mereces que essa carga, esse peso desapareça dos teus ombros... Passas novamente por mim... o teu olhar humido, vazio de sentimentos, pesquisa-me inquisitivamente, provavelmente porque os meus olhos não te conseguem iludir... é um facto... acho que devias ser feliz... Não te conheço...

Volto já...(?)

A pouca vontade de... tudo, mostra que a fatidica hora se aproxima rapidamente... o estômago aperta, o coração já começou a enviar sangue freneticamente a um cérebro já consumido pelo cenário que se aproxima. Esta sensação que me invade é tal que me deixa torpe, dormente... como é complicado deixar-te! - Sim eu sei... eu volto depressa, mas não entendes!? não existe depressa quando estou longe de ti, o tempo cresce, toma outras proporções, torna-se imenso, demora... não passa. Forço-me a deixar-te... a essa segurança, ao carinho dos teus braços, - eu tenho que ir - mas o frio da saudade invade o meu corpo... não quero ir, quero manter-me nesse calor, nessa segurança... porque me deixas ir... prende-me, deixa-me ficar contigo... Vislumbro-te ao longe, presa no meu olhar já humido, tentando adiar o máximo esta inevitabilidade, mas vejo-te já do lado de lá do vidro... tento gravar essa imagem, pois será a ultima que tenho tua nos próximos tempos... Aceno um ultimo adeus, esperando retorna

Inquietude...

Sinto acima de tudo amargura, pelo facto de, neste momento, estar apático, de não sentir ou pensar, de não conseguir definir se é a razão ou o coração que rege o meu ser... Irrita-me este limbo, irrita estar preso nesta indefinição de sentimentos / pensamentos, irrita estar pendurado neste pêndulo que não escolhe um dos lados, neste equilíbrio precário onde não quero estar, onde não me sinto bem... ...quero viver, quero sentir-me vivo, apaixonado, feliz, desequilibrado, enfrentando com coragem os erro ou a possibilidade de sofrimento... Quero-te a ti, sem receio ou temor, quero-te pois é só isso que faz sentido... tira-me deste yin e yen, deste nevoeiro que me impede de ver para onde quero ir... e com quem quero estar...

Imperfeições...

Ephemeroptera

Deviamos estar preparados, não é algo que nos devia surpreender pois sabemos à partida que vai acontecer, sabemos desde crianças que tudo o que é bom termina prematuramente, mas nunca estamos, nunca sabemos quando será a hora da perda, da ausencia definitiva... Somos quase forçados a acreditar que a cada perda, ficamos melhor, mais fortes, mas egoisticamente pensamos sempre, como podem eles estar melhor sem nós... tudo o que é sentimento de perda é egoismo... nós perdemos, nós ficamos sem algo... não se trata que alguém tenha sofrido, mas sim que nós perdemos o acesso a essa pessoa, perdemos a companhia que ela nos fazia, perdemos o espaço que ela ocupava no coração... e não o conseguimos repor... Acabamos por ser Ephemerides, acabamos por passar fugazmente por uma vida que nem sempre nos realizou, nem sempre conseguimos ser felizes... mas quando deixamos de estar cá... alguém egoisticamente sente a nossa falta. Eu sou egoista... eu sinto a tua falta...

Silencio...

Talvez achem que temer algo tão inocuo, tão simples, quase até tão ausente é barbaricamente estupido... mas é um facto, eu temo o silencio, eu fujo dele o mais que posso, refugiando-me constantemente em ruidos que não me deixam parar... para pensar... Estar só devia ser algo bom, silencio ao nosso redor é bom para despertar o que mais profundo vagueia pela nossa mente, é uma excelente oportunidade de auto-conhecimento, a evolução como ser humano depende destes silencios... mas... isso não acontece... a razão é despertada no meu interior, e ela corroi, destroi, elimina, apaga, suprime todo o que de bom existe em sua volta... Este silencio não é bom, não ajuda, a perturbação que ele causa é tal que só me sinto seguro envolto em ruido, preciso daquele ruido que me impede de pensar, de ter medo... preciso que me causes ruido...

Escrevo...

...para tentar organizar de forma coerente os pensamentos que vagueiam pelo meu cerebro... mas o cansaço é tal que essa mera organização morre sem se iniciar... Este dia soturno convida a chocolate quente, lareira e cobertor, mas a inquietude dos pensamentos vagabundos não deixam que esta soturnidade ambiente se instale e se acomode no meu ser. Luto contra a força das horas nas palpebras, luto para que o cerebro não pare, para que esta organização, agora começada, termine, mas como é dificil... como é complicado saber o que sinto, como é complicado quando a razão se mistura com o coração... Este tumulto de estimulos que constantemente luta com a clareza de pensamentos dificulta de tal forma, que nenhum prevalece, apenas o caos da indefinição...