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A tempestade

A noite está escura como breu, olho para fora do carro e sorrio sem vontade, a natureza está a concordar com o meu estado de espírito.

De máximos ligados continuo, louco, estrada fora fugindo por entre aquelas árvores, ignorando o perigo, apenas focado em fugir de ti, em fugir das tuas palavras que sinto marcadas a fogo no meu cérebro.

A chuva bate freneticamente no meu para-brisas, os kilometros passam por mim como segundos, não consigo abrandar, nem acho que quero. A estrada é um torna-se um simples borrão, que vai passando atrás da repetição da tua imagem a ir-se embora.

Estaciono, saio do carro para não ouvir a tua musica novamente. Um arrepio intenso faz-me apertar o casaco e saio a passos largos, enquanto o frio e a chuva esforçam-se por me enregelar os ossos, o espírito, esse, já à muito está enregelado.

Esfrego os olhos tentando eliminar o cansaço da viagem nocturna. De olhar vazio, avanço mecanicamente pela rua, lutando contra os elementos, lutando contra a tua imagem.

Vejo finalmente a minha casa, o sol nasce atrás de ti. Com frio, mas com os primeiros raios de sol na minha face, decido abrandar e abraçar aquele sol.

Amanha o dia vai ser melhor.

Comentários

ASMO LUNDGREN disse…
bolas olho pra fora do carro?

inda tens grana pa gasoil ou dormes no carro.....
ASMO LUNDGREN disse…
bolas pá és um puto com óculos de sol...
Gostei tanto daqui.. fazia tempos que não encontrava esse tipo de escrita sincera, densa sensível. Interessante. :)
Bom, pelas datas das postagens anteriores ja vi que deve demorar um pouquinho a aparecer por aqui, mas já salvei nos meus favoritos pra acompanhar as atualizações.

Boas inspirações!

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