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A continuação do beijo...

O som familiar da campainha acorda-me de torpeza onde me encontrava, sorrindo vou já imaginando como estarás, como te encontraria por detrás da porta que nos separa.

És tu.

Sem perceber bem porquê, entras de rompante, a tua mão no centro do meu peito indica-me o caminho para dentro e com o pé chutas a porta para o seu estado natural. O teu olhar, o teu sorriso, explica-me o que um tremor que me percorre o corpo diz que já percebi...

O prazer dos teus beijos sôfregos imobilizam-me à tua mercê, enquanto a tua boca brinca com o meu ouvido sussurras-lhe "-Deixa-te levar"... Incontrolado, o meu corpo obedece-te mostrando-te o prazer que estou a sentir. Num frenesim de paixão as roupas saem voando pelo ar, as tuas mãos quentes, as tuas unhas percorrerem o meu corpo, forçando-me a sentir-te encostada a mim.

Atirado ao chão sinto o calor da lareira, lá fora a noite já vai alta, o silêncio de uma musica entoa pela sala abafada pelas nossas respirações ofegantes, por uns imensos segundos vejo-te, de pé a observar-me, como que a decidir por onde começarias a destruir-me de prazer.

Proíbes-me de te ver, o lenço que escolheste para me vendar inebria-me com o teu perfume, sorrio sozinho, ansioso a imaginar tudo que me vais fazer, em todas as sensações que me...

...frio....

...calor...

...húmido...

Como um animal selvagem aprisionado, libertas os teus lábios pelo meu corpo, ora fugazes, ora demorados, como que a descobrir um mundo que não conhecem. Sorris, sinto-te a sorrir, adoras o estado em que me deixas, adoras que me arrepie a cada beijo, a cada toque da tua língua.

Deixo de te sentir, a vontade de retirar a venda é prontamente interrompida por ti, pelo teu corpo, pelo meu corpo no teu interior... eu e tu, num único movimento, num crescendo de prazer, como se fôssemos apenas um corpo, apenas um ser... a racionalidade perde-se, tudo se perde, apenas tu e eu, só isso é importante... só esse momento em que o prazer reina e nada mais no mundo importa...

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